Como o markup e a margem bruta podem te ajudar na formação de preços?

A formação de preços é um dos processos que mais causa dúvidas ao gestor de uma óptica pelo fato de muitas vezes não possuir um embasamento teórico que ajude-o nessa tarefa rotineira. Muitos tomam como partida a “experiência adquirida ao longo dos anos”, “multiplicar por 2 o preço de custo”, “praticar preço abaixo do concorrente”, “abaixar o preço da armação e ganhar nas lentes”, são algumas das “leis” que são aplicadas no varejo óptico as quais os gestores muitas vezes nunca refletiram se tal método é valido e se condiz com a realidade a qual sua loja está inserida. Neste artigo não abordaremos o mérito de como formar os preços em sua óptica, mas demonstraremos como o markup e a margem bruta podem vir a ajudar nesta tarefa.

Partimos da ideia que você sabe como calcular a margem bruta e markup dos seus produtos, se não sabe, não se desespere, consulte nosso outro post que trata justamente sobre isto clicando aqui.

Então, agora que temos a certeza que você sabe calcular os índices, vamos supor que os óculos de sol estão sendo vendidos, em média, com um markup de 1,75. Não vamos entrar na questão de ser um bom índice ou não, mas levando em consideração que sim, agora que você conhece o markup para os óculos de sol, quando você comprar novos modelos, saberá que deverá aplicar, aproximadamente, um markup de 1,75. Isto facilita muito sua tarefa de precificação quando novos produtos deste mesmo segmento são recebidos na loja, pois basta aplicar o markup em cima do preço de custo e você terá o preço de vendas dos novos óculos de sol que recebeu do fornecedor.

Agora, quando a análise é com a margem bruta, além dela ser aplicada para obter-se o preço de venda (Preço de Venda = Custo/(1 – Margem Bruta)) ela traz uma análise extra que vale uma reflexão. Qual o percentual das minhas despesas com relação ao meu faturamento? Entenda como despesas tudo aquilo que você paga excluindo as despesas com os fornecedores de produtos que você revende. Com o valor dessas despesas – vamos chamá-las de “outras despesas” – é possível fazer o proporcional com o faturamento e descobrir a margem bruta mínima que deve ser pratica em seus produtos. Vamos ao exemplo:

Faturamento: R$ 80.000,00

Total de Despesas: R$ 75.000,00

Despesas com Fornecedores: R$ 45.000,00

Outras Despesas: R$ 30.000,00 (37,5% do faturamento – esta é sua margem bruta mínima)

Conforme demonstrado no exemplo, as outras despesas representam 37,5% do faturamento, logo, se sua óptica aplicar, em média, uma margem bruta de 37,5% nos produtos, com esse faturamento de R$ 80.000,00 é possível pagar os fornecedores e também as outras despesas. Este raciocínio é possível, pois, como já explicitado, no preço de venda dos produtos está contido o custo daquele produto somado da margem bruta. O proporcional do custo no preço de venda representa as despesas com fornecedores e a margem bruta as outras despesas mais o lucro.

Uma boa abordagem que pode ser adotada é a de realizar a análise acima sobre a margem bruta e as despesas para compreender melhor se seu preço de venda é condizente com um lucro esperado. Depois disso feito e possíveis correções aplicadas, parta para o cálculo do markup, assim, de maneira simples, você poderá no futuro precificar seus produtos de determinado segmento. Esta abordagem garante para você a ótima análise que é possível realizar com a margem bruta e depois a simplicidade de uso do markup.

É claro que muitas outras considerações podem ser feitas acerca das afirmações acima, porém o objetivo deste artigo foi o de demonstrar como os índices de preço podem ajudá-lo na gestão da sua óptica. Sem dúvida, a utilização de um sistema para gerenciar tais regras e trazer este índices é muito importante e facilita demais o trabalho.

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